quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Malabares da saudade





Dentro de mim oscila o estado de nostalgia numa dualidade de sentimentos que me atrapalha e entorpece os gestos. As saudades dos afectos que nos são familiares e dos cheiros habituais, dos olhares que conhecemos tão bem como a palma da mão e que num instante nos lêem e nos desarmam, são saudades das cores intensas de quem nos conhece, dos sonhos de lá, às vezes da rotina entediantemente repetitiva que se instala. São as vontades dos abraços de volta e não de partida, das conversas, dos risos que não nos saem dos ouvidos, das mãos dadas e das conversas de café. São as vontades que tenho de vos ter aqui como sempre sobrepostas com a felicidade que sinto aqui, mais que em qualquer outro lugar, com a descoberta, as pessoas que não conheceria em mais lado nenhum, as gargalhadas que ecoam até às tantas em conversas que se estendem pelas noites, a proximidade, a partilha, a cumplicidade, esta roda viva de pequenos nadas que se embaraçam e se entrelaçam e nos fazem ser mais nós e menos as muralhas que construímos e nos escondem.

Vivo como uma bola de malabarismo a ser lançada pelos ares, no conflito interior das saudades. Ora da casa de onde vim, ora desta que criei aqui.









'tens os raios fortes a queimar todo o gelo frio que construí'

Tiago Bettercourt - Canção Simples

2 comentários:

  1. Olá...

    Dá uma espreitadela no meu blog ;)
    www.ocantinhodamimi.blogspot.com

    Beijos*

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  2. Gosto muito, é a minha primeira visita e de certo farei muitas mais.:)

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