quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Proximidades


Chegamos com o peito aberto, apaixonados pela distancia e os dias, pelas pessoas e pelos momentos. Criamos laços e apegamo-nos aos sorrisos, aos olhares, aos pequenos nadas que as pessoas trazem consigo e que nos prendem e nos transformam. Começamos a por travões, a erguer em nossas volta barreiras, muralhas, daquelas que não querem deixar entrar quem vem, com o medo da saudade. Tememos pelas despedidas e pelas separações, fizemo-nos de duros e de valentes e levantamos paredes e estereótipos e conceitos em torno de tudo e todos. Contamos o tempo, e então tudo se mostrou com uma clareza obvia. Despedimo-nos desarmados de defesas, na certeza de uma saudade imensa que nos invadiu muito antes do momento da partida. Fizeram-se mil promessas de mil reencontros nos quais ainda acreditamos. E tudo isto para nos mostrar que não adianta negarmos as pessoas que nos preenchem em certos momentos, mesmo que fugazes, do nosso percurso. Que pouco importa a duração de um momento desde que o aproveitemos no seu todo. Que apesar das distancias e das saudades cada uma das pessoas que nos invade o caminho trás com ela brilhos e formas únicos que se apropriam de nós em certa altura e que nos moldam e nos talham e nos ficam marcados. Negar tudo isso é negar parte de nós e dos laços que criamos, dos caminhos que escolhemos que fazem de nós o que somos. Negarmo-nos aos sofrimentos e às saudades só nos nega também as alegrias mais entranhadas e as amizades que levamos para sempre marcadas na pele.







'O tempo endurece qualquer armadura, e às vezes custa a arrnacar, muralhar erguidas à volta do peito que não deixam partir nem deixam chegar'

Fim do Dia ( Do lado quente da saudade) - Mafalda Veiga



Aos amigos que por cá conhecemos e deixam (muitas) saudades.



1 mês e 11 dias - Próxima paragem.. URUGUAI,ARGENTINA,CHILE, BOLÍVIA, PERU

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